Saravá, auê, saravá.
Eu pulo, danço, caio na gargalhada, me perseguem, mas não me pegam nunca. Nos meus sonhos, eu não morro. Eu sou a continuação do sonho dos meus cem ancestrais.
Ao longo da história do Brasil, o ritmo, os tambores e os atabaques mudaram, mas não a tensão entre repressão e resistência das manifestações culturais negras ou periféricas, como capoeira, religiões afro-indígenas, rap e funk. É no contexto das sociabilidades negras que se inserem as fotografias da exposição Festa de negro é pra se libertar. O título é inspirado na música Pose de Malandro/Me Querem Morto, dos artistas Mateus Fazeno Rock e Big Léo.
Produzidas por Ana Pinho, Flávia Almeida, Mayra Fernandez e Wallace Douglas, as imagens retratam momentos de beleza e celebração, destacando a confluência entre giras e festas negras, patrimônios imateriais da cultura brasileira. Fotografar momentos festivos se torna uma estratégia para firmar essas memórias. E é através da repetição do gesto que nos lembramos daquilo que não podemos esquecer: o desejo de liberdade.
Na experiência vivida pelos povos afro-indígenas nas Américas, o corpo nunca se limitou a expressar algo: ele guarda conhecimento em si e transmite de geração em geração, através do movimento, da coreografia, do rebolado, da ginga. Performances, rituais, cerimônias e festas são ambientes férteis de memória e de conhecimento - nos lembra a poeta e dramaturga Leda Maria Martins.
O corpo é arquivo de lembranças e veículo para entidades. O movimento é a afirmação da vida, uma maneira de celebrar sem pedir licença.
O que lembraremos desta noite?
O corpo é arquivo de lembranças e veículo para entidades. O movimento é a afirmação da vida, uma maneira de celebrar sem pedir licença.
O que lembraremos desta noite?






























































































